Claudia Werneck

Fotografia colorida, Claudia Werneck, de frente, olha para nós e sorri. Ela é uma mulher branca, cabelo curto, grisalho, com franja mais comprida presa para trás formando um topete. Olhos castanhos, usa óculos de grau, com armação preta estilo gatinha, um vestido sem manga, com estampa de manchas, estilo tie die, em tons de marrom e preto, sobre uma blusa de manga ¾ preta e um colar comprido. O fundo está desfocado.
Claudia Werneck (foto: Joe Winter)

Fundadora e idealizadora da Escola de Gente, Claudia Werneck é ativista brasileira em direitos humanos e pioneira na disseminação do conceito de sociedade inclusiva (ONU) na América Latina. Jornalista formada pela UFRJ com especialização em Comunicação e Saúde pela Fiocruz, é colunista da Revista Pais & Filhos e autora de 14 títulos (WVA) para crianças e pessoas adultas sobre inclusão, diversidade, direitos humanos e acessibilidade. Têm mais de 500 mil livros vendidos em distintos formatos acessíveis e publicados em português, inglês e espanhol. Sua obra “Sociedade Inclusiva. Quem cabe no seu TODOS?” é referência internacional. É a única escritora brasileira recomendada oficialmente pela UNESCO e pelo UNICEF. 

Premiada no Brasil e exterior, articulista, palestrante e consultora internacional, seu foco são as políticas públicas inclusivas para a diversidade humana. Nomeada diretamente pela ministra da cultura  Margareth Menezes, Claudia Werneck integra, no biênio 2023-2025, a cadeira de “Acessibilidades Artísticas” da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), órgão co-gestor da Lei Rouanet. Trabalha para a garantia de direitos da população que tem deficiência e que vive na pobreza. Participou no Brasil e no exterior, da elaboração da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU, assinada em 2006, e que se transformou no primeiro tratado de Direitos Humanos internacional a ter status de Constituição no Brasil.

 Já realizou mais de 1000 palestras, oficinas e cursos na Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Espanha, Estados Unidos, Itália, México, Paraguai, Peru, Portugal, Quênia e Uruguai. Criou metodologias premiadas e hoje disseminadas gratuitamente pelo mundo. Na América Latina, formou gerações de jovens mais aptos/as a não discriminar em função de diferenças e desigualdades. Sua atuação pioneira nos temas “Comunicação pela Inclusão” e “Acessibilidade para a Sustentabilidade” lhe rendeu mais de 100 premiações nacionais e internacionais. Em nome da Escola de Gente recebeu as mais altas condecorações do Estado brasileiro: Prêmio Direitos Humanos e Ordem do Mérito Cultural concedidos pela presidência da República.

A trajetória de Claudia Werneck se ampliou como figura pública internacional a partir de 1991, quando após atuar como repórter, chefe de reportagem e editora de revistas e jornais de grande circulação no país por mais de uma década, decidiu sair das redações e testar os limites de sua profissão, o jornalismo, disseminando pelas Américas, Europa e África os princípios e a prática de uma sociedade inclusiva, conceito proposto pela ONU em 1990.

A partir de 1997, o conteúdo de sua obra foi despertando cada vez mais interesse na América Latina e seus títulos provocativos como “Ninguém mais vai ser bonzinho, na sociedade inclusiva” (1997); “Quem cabe no seu TODOS?” (1998) e “Você é gente? O direito de nunca ter questionado seu valor humano” (2002) passaram a ser citados em conferências, teses, artigos e outros livros. Tornaram-se um marco teórico de expressão internacional graças à iniciativa e o apoio da Save the Children Suécia, Petrobras, Banco Mundial, Ashoka Empreendedores Sociais e da Fundación Avina que os traduziram para o inglês e o espanhol e os distribuíram pelo mundo. Nessas duas últimas instituições, Claudia Werneck faz parte de suas redes internacionais de empreendedorismo socioambiental, que reúnem lideranças mundiais que se destacam pela inovação e impacto social de suas ideias e por sua habilidade em promover alianças para executá-las.

Algumas outras premiações, além das já citadas:  Menção honrosa no “I Prêmio Associação Médica Brasileira de Jornalismo sobre Saúde” (1992) da Associação Médica Brasileira; “Jornalista Amiga da Criança” pelo UNICEF (1998); “Prêmio Empreendedor Social Ashoka McKinsey” (2002) na categoria “Ideia Mais Inovadora em Mobilização de Recursos; “Prêmio Mulher do Ano” da revista Cláudia, Editora Abril (2002); “Prêmio Lions de Comunicação – Medalha Jornalista Roberto Marinho” (2003); “Prêmio Iberoamericano Sociedad Para Todos” (2005), na categoria “Comunicação Profissional” da DISNNET - Colômbia; “Prêmio Reconhecimento UBS ao Empreendedor Social” da Ashoka (2005); Prêmio “Proyecto más exitoso” (2009) da Organização dos Estados Americanos (OEA); “Orgulho do Rio” (2011) do jornal O Dia, por seu trabalho na área dos Direitos Humanos;  “Prêmio de Inovação no Terceiro Setor” (2013) da White Martins; “Mulher Toda Coragem” do jornal Extra (2014); “Carioca Nota 10” (2014) pela revista Veja Rio, da Editora Abril, por sua contribuição à cidade; “III Prêmio Rio Sem Preconceito” (2015) da prefeitura do Rio de Janeiro; Menção honrosa no “Prêmio Darcy Ribeiro de Educação” da Câmara dos Deputados (2015); Menção honrosa na categoria “Personalidade” do prêmio “Mais Inclusão” do Congresso Nacional (2016); “Prêmio de Jornalismo – Socioambiental, Cidadania e Sustentabilidade”, pelo Instituto Chico Mendes (2017); “Prêmio Cultural São Sebastião”, da Arquidiocese do Rio (2017) na categoria “Comunicação - Pessoa Física; “Visionaris” (2017) - considerada uma das quatro maiores lideranças sociais do país, pelo banco UBS e a Ashoka Empreendedores Sociais;”Medalha Chiquinha Gonzaga (2018) da Câmara Municipal do Rio; Prêmio “Oxigenar” (2019) da White Martins; Medalha Marcelo Reis pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro (2023).


Livros

  • Muito prazer, eu existo (5ª edição/1992)
    Primeiro livro escrito no Brasil sobre síndrome de Down para leigos
  • Coleção Meu Amigo Down (10ª edição/1994)

    As histórias “Meu amigo Down, em casa”; “Meu amigo Down, na rua”; “Meu amigo Down, na escola” são narradas por um personagem que não entende por que seu amigo com síndrome de Down enfrenta situações delicadas. Ilustrações de Ana Paula (português, espanhol e inglês).

  • Um amigo diferente? (10ª edição/1996)

    Conta a história de uma criança que diz ser diferente. O texto leva à reflexão sobre as diferenças individuais discorrendo sobre hemofilia, paralisia cerebral, ostomia, doença renal etc. Ilustração de Ana Paula (português, espanhol e inglês).

  • Ninguém mais vai ser bonzinho, na sociedade inclusiva (4ª edição/1997)
    Primeiro livro sobre sociedade inclusiva escrito no Brasil, explica o que é uma escola, mídia, literatura e sociedade inclusivas (português).
  • Sociedade Inclusiva. Quem cabe no seu TODOS? (5ª edição/1999)
    Discute o uso leviano da palavra TODOS na cultura, na mídia, nas universidades, no discurso dos governantes, no dia-a-dia de TODOS. Deu origem à Escola de Gente (português e espanhol).
  • Mas ele não é mesmo a sua cara? (1ª edição/2000)
    O livro interessa a pessoas que planejam, um dia, criar e educar outro ser humano. Projeto gráfico de Ana Paula.
  • Você é gente? (2ª edição/2003)
    Documenta viagem pelo Brasil da autora transformando adolescentes em Agentes da Inclusão e apresenta a metodologia das Oficinas Inclusivas (português e espanhol).
  • Manual sobre Desenvolvimento inclusivo para Mídia e Profissionais de Comunicação (2ª edição/2005)
    Escrito por solicitação do Banco Mundial. Explica didaticamente as relações entre pobreza e deficiência no contexto dos direitos humanos (português e espanhol).
  • Oficineiros da Inclusão (1ª edição/2007)

    Conta a trajetória da Escola de Gente - Comunicação em Inclusão, fundada por Claudia Werneck e outros ativistas de inclusão e também a história do primeiro projeto da organização, o Oficineiros de Inclusão, inaugurando a coleção “Jovens que querem mudar o mundo”.

  • Os Inclusos e os Sisos - Teatro de Mobilização pela Diversidade (1ª edição/2009)
    Relata as aventuras, desafios e conquistas de um grupo de teatro formado pela Escola de Gente - Comunicação em Inclusão no ano de 2003. É o segundo volume da coleção “Jovens que querem mudar o mundo”. 
  • Sonhos do Dia (2ª edição/2011)
    Conta a história de uma menina que gosta de sonhar acordada.
  • Políticas Inclusivas: Juventude, Participação e Acessibilidade - JUVA (1ª edição/2012)
    Resultados da formação de jovens com e sem deficiência de distintas origens e territórios para incidir em políticas públicas de juventude.