Hiperconexão Inclusiva
No início da pandemia no Brasil, a Escola de Gente, que cria soluções de acessibilidade, percebeu que a exclusão de pessoas com deficiência se aprofundava no Brasil e no mundo pela falta de informação acessível na virtualidade. Nem mesmo a OMS se comunica de modo que ninguém fique de fora. Como proteger pessoas com deficiência da covid-19 se não há conteúdo que possa ser compreendido por elas?
Por isso, a Escola de Gente criou o “Hiperconexão inclusiva: informação acessível também é linha de frente”, projeto que desenvolveu um mecanismo inédito no mundo de transmissão online e em qualquer plataforma com toda a acessibilidade. A organização se desafiou a usar recursos próprios para encontrar modos de transferir emergencialmente para o virtual todo o seu aprendizado sobre inclusão em ambientes presenciais. Na época, pessoas com deficiência podiam participar de lives que ofereciam, simultaneamente, língua de sinais, audiodescrição e legenda em tempo real.
“A solução da ferramenta tecnológica integrada foi necessária porque as plataformas de redes sociais não disponibilizavam mecanismos que permitam a oferta simultânea de Libras, legenda em tempo real e audiodescrição em transmissões ao vivo e na gravação disponibilizada on-line. Lives acessíveis exigem pré-produção e pós-produção acessíveis também, num magnífico exercício de equidade, do qual não é permitido escapar mais”, conta Claudia Werneck, fundadora e idealizadora da Escola de Gente.
As seis lives realizadas durante a pandemia chegaram a ter mais de 500 pessoas participando ao mesmo tempo e já foram assistidas quase 20 mil vezes, com temas sobre saúde mental, teletrabalho, benefícios sociais, tecnologia, educação e uma edição voltada para crianças. E mais: a tecnologia social de lives acessíveis, desenvolvida pela Escola de Gente, passou a ser usada por instituições como Unicef, Ministério Público e Congresso Nacional. Isso revela como o uso de tecnologia social impacta a vida das pessoas com deficiência e a garantia de participação social e democrática, além de distribuir conteúdo inclusivo em território nacional e nos países de língua portuguesa.
A partir de então, a Escola de Gente vem aprimorando suas transmissões ao vivo e gravadas com plena acessibilidade. Além das três acessibilidades (Libras, legendas e audiodescrição), oferecemos linguagem simples, acessibilidade comunicacional que recupera o fluxo na comunicação. A Hiperconexão Inclusiva se tornou uma prática em eventos da Escola de Gente como nas apresentações do nosso grupo de teatro Inclusos e os Sisos, palestras da Claudia Werneck, conferências, entre outras atividades culturais inclusivas. Até 2023 foram 31 transmissões ao vivo com mais de 88 mil visualizações.
Ao adotar essa metodologia para todas as nossas lives, desenvolvemos a oficina: “Produção de lives com plena acessibilidade”. O objetivo desse serviço é produzir lives com as quatro acessibilidades básicas - Libras, legendas, audiodescrição e linguagem simples.
Dessa forma, é possível à instituição contratante realizar a live na plataforma Hiperconexão Inclusiva, disponibilizada pela Escola de Gente, que fica responsável por todos os aspectos tecnológicos referentes à produção e gestão do processo de transmissão do evento com a plena acessibilidade prevista.
Acesse o Youtube da Escola de Gente
Confira o boletim sobre esta inovação na pandemia
Artigo de Claudia Werneck para HuffPost Brasil - Internet acessível: vai ter legado depois da pandemia?
CONFINAMENTO E SAÚDE MENTAL
Primeira live acessível do Brasil contou com o médico psiquiatra José Belizário Filho como convidado . Um encontro que no início de abril, debateu as medidas de isolamento social recomendadas pelas autoridades de saúde e seus impactos na nossa saúde mental.
Assista clicando aqui: SAÚDE MENTAL
DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
A live para explicar as mudanças recentes no Benefício de Prestação Continuada (BPC), foi muito importante. É um mecanismo de seguridade social do qual dependem quase cinco milhões de pessoas, e está em risco por tantas idas e vindas na legislação.
Participaram do debate, o fundador e diretor do JOTA, veículo de mídia especializado em temas jurídicos Felipe Recondo; a ex-secretária nacional da Pessoa com Deficiência e uma das articuladoras da Convenção da ONU sobre este grupo populacional, Izabel Maior; e Ana Cláudia Figueiredo, ex-assessora no Tribunal Superior do Trabalho e coordenadora do Comitê Jurídico da Federação Down.
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TECNOLOGIAS E SOLUÇÕES PARA LIVES ACESSÍVEIS
Audiodescrição, legendas em tempo real, linguagem de sinais, convidados debatendo temas complexos, tudo ao mesmo tempo, ao vivo por streaming, com cada um na sua casa. Parece um tanto complexo, mas é possível. Desde o início da quarentena, a Escola de Gente se lançou neste desafio para criar um espaço virtual acessível para compartilhar informação com todas as pessoas.
Na quarta live do projeto #HiperconexãoInclusiva, foi apresentado o processo de produção das lives acessíveis.
Para ajudar a entender os caminhos da informação nas redes e pensar as tecnologias no contexto da acessibilidade, a jornalista Cora Rónai, especializada em tecnologia da informação e novas mídias, colunista do jornal O Globo foi a convidada especial.
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EDUCAÇÃO INCLUSIVA ONLINE
A quinta edição das lives acessíveis discutiu um tema fundamental: educação inclusiva. Como as famílias - com ou sem crianças com deficiência - devem lidar com os desafios do ensino realizado virtualmente? Para isso, o debate teve a participação de dois especialistas: o colunista do jornal O Globo, Antônio Gois, e a precursora deste assunto no Brasil, a professora Maria Teresa Mantoan.
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LIVE ACESSÍVEL PARA CRIANÇAS
A jornalista, escritora e nossa fundadora Claudia Werneck fez a leitura interativa de seu livro “Um Amigo Diferente?” (WVA Editora). Pela primeira vez no Brasil - e possivelmente no mundo - crianças com e sem deficiência viveram juntas a experiência de uma transmissão online com a máxima acessibilidade.
“O meu desejo ao escrever esse livro foi que mães, pais, familiares e profissionais de educação pudessem conversar sobre a infinita diferença humana com as crianças. É justamente para mostrar que, ao contrário do que muita gente afirma, nós somos diferentes, mas com direitos iguais. Essas diferenças estão ainda mais escancaradas na pandemia e, por isso, acredito que essa live é tão necessária”, explica Claudia.