Portador de Deficiência
O uso da expressão portador é combatido pelo movimento de pessoas com deficiência no Brasil desde 1990 mas, infelizmente, por constar da Constituição Federal e de outros documentos governamentais do país, passou a ser adotado pela imprensa e por alguns setores. A palavra portador não deve ser usada porque: 1) Pessoas não carregam suas deficiências nas costas, necessariamente como um fardo e, de vez em quando, descansam delas para obter a garantia de algum direito ou de um simples desejo como conseguir um trabalho melhor remunerado, por exemplo; 2) Não se utiliza expressões como ‘portador de olhos azuis’ (porque se alguém nasce com olhos azuis é impossível dissociarmos a cor de seus olhos de sua constituição de pessoa); 3) A palavra “portador” não cria relação de direito-dever entre pessoas com e sem deficiência, porque não divide responsabilidades. É como se a deficiência não fosse uma questão de interesse público, um situação intrínseca à existência da espécie humana, e apenas um problema do ‘portador’ e de seus familiares” (explicação contida no Manual da Mídia Legal 1 – Comunicadores pela Inclusão (2002) e no livro Sociedade Inclusiva. Quem cabe no seu TODOS? (WVA Editora, Claudia Werneck, 1999)