Especial
Na maioria das vezes, usar a palavra “especial” para se referir a pessoas com deficiência é uma armadilha. No Manual da Mídia Legal 4 – Comunicadores(as) pelas Políticas de Inclusão está documentado que o uso do adjetivo especial só serve para reforçar o lugar do não-aceito. O vocábulo é útil porque, como metáfora, remete à carinho e à aceitação. Mas, na medida em que “ameniza” o que seria uma realidade problemática e difícil de ser enfrentada, a existência de uma pessoa com deficiência na escola, no trabalho, na vida em sociedade ou na família e, assim, acaba por “disfarçar” a urgência dos processos inclusivos. O uso do vocábulo especial acaba interferindo negativamente no avanço da garantia de direitos e acentua a exclusão. A violação de direitos não se dá apenas quando se impede alguém de exercer direitos. Acontece também quando se confunde direitos com privilégios. Para se referir às escolas que não são especiais, o ideal é usar escola comum ou escola regular e, no caso das turmas, classe regular ou classe comum.