Terminologia

CAPACITISMO

Modo opressor e desqualificador de como a sociedade, as instituições e as pessoas percebem, tratam e se referem a quem tem alguma deficiência, ou simplesmente lhes parece ter. O capacitismo se manifesta por meio de práticas abusivas, preconceituosas, discriminatórias ou até criminosas, como a negação antecipada de matrícula a crianças e adolescentes com deficiência na sala comum do sistema regular de ensino. O capacitismo é uma terminologia inspirada na equivocada ideia de que pessoas com deficiência são inferiores a pessoas sem deficiência, não importa a situação ou perspectiva. O capacitismo pode ser implícito – disfarçado por palavras e atitudes até bem carinhosas que tentam super qualificar a pessoa com deficiência, transformando-a em “ser humano especial” – ou explícito – quando a opressão é ativa e deliberada, repleta de insultos, pena ou, por exemplo, falta de acessibilidade no mundo presencial e virtual. O capacitismo é sempre uma manifestação de poder.

CAPACITISMO CRUZADO

Acontece quando as pessoas com deficiência têm outras características estigmatizantes naquele contexto, como cor da pele, origem, endereço, idade, religião ou qualquer outro, que acentuem o capacitismo. (Fonte: Escola de Gente)

Cego(a)

Pessoa cuja acuidade visual é igual ou menor que 0.05 no seu melhor olho, mesmo com a melhor correção óptica.

Ciclo da Não-Participação

Expressão criada pela Escola de Gente, trata da discriminação e falta de consciência por parte da comunidades em relação às necessidades específicas de pessoas com deficiência. Freqüentemente mantidas quase que "secretamente" em suas casas, não são percebidas pela comunidade onde vivem como parte dela, tornando-se uma população silenciosa e com extrema dificuldade para garantir seus direitos e exercer a cidadania, incluindo o cumprimento de deveres, como o voto. Em função da não-participação de pessoas com deficiência nos processos da vida cotidiana, a comunidade não se preocupa em lhes prover o acesso a bens, direitos e serviços, contribuindo para que essa parcela da população brasileira continue sem exercer o seu direito à participação em qualquer decisão que lhes interesse direta ou indiretamente.

Classificação Internacional de Funcionalidade

A qualidade de vida das pessoas com deficiência está diretamente ligada à inclusividade dos ambientes familiar, social ou profissional. É com esta visão que está para ser implementada em todo o mundo, a CIF. Antes, a situação de uma pessoa em processo de reabilitação era avaliada ou pelo Código Internacional de Doenças (CID), que apontava apenas o lado da doença ou da sequela, ou pela Classificação Internacional de Impedimentos, Deficiências e Incapacidades, da OMS (1980), que não levava em consideração a forma como o indivíduo se relacionava com o ambiente. Surge, com o CIF, uma avaliação inspirada na funcionalidade das pessoas com deficiência que servirá de base para novas políticas públicas. Ao contrário das classificações anteriores, esta foi feita com a participação das próprias pessoas com deficiência e não apenas de profissionais de saúde.

Cognitivo

Relativo à aquisição do conhecimento por meio do intelecto.

COMUNICAÇÃO ACESSÍVEL

É aquela que acontece quando há oferta ampla e diversificada de recursos de acessibilidade na comunicação, de modo a contemplar todos os modos legitimamente humanos de seres humanos se comunicarem.

COMUNICAÇÃO INCLUSIVA

É aquela que, além de ser acessível, trata de assuntos garantidores de direitos humanos e fundamentais. A comunicação inclusiva tem um foco não discriminatório e não excludente, além de garantir recursos de acessibilidade para qualquer condição humana.

Constituição federal

É o principal instrumento jurídico de defesa dos direitos das pessoas com deficiência no Brasil. Além de garantir a todos o direito à igualdade, à dignidade, à não-discriminação e à educação, a Constituição trata de medidas importantes como direito à inserção no mercado de trabalho, a reserva de vagas em concursos públicos e a previsão de eliminação de barreiras arquitetônicas.

Convenção da Guatemala

Convenção da Guatemala é o nome genérico da Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, que no Brasil foi ratificada através do Decreto nº 3.956, assinado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso em 8 de outubro de 2001.